Denúncias dizem
respeito a um terminal de ônibus sem utilidade e um viaduto inacabado, que
custou cinco vezes mais do que o previsto.
Por G1 PE
Auditoria aponta desperdício de
dinheiro em obras que deveriam ficar pronta para a Copa
Duas
obras idealizadas para a Copa do Mundo de 2014 estão sob investigação do
Tribunal de Contas do Estado (TCE). As denúncias do mau uso do dinheiro público
dizem respeito a um terminal de ônibus sem utilidade e um viaduto inacabado,
que custou cinco vezes mais do que o previsto. Ambos estão localizados em
Camaragibe, Região Metropolitana do Recife.
O viaduto foi inaugurado
antes mesmo de ficar totalmente pronto. Apenas duas faixas estão funcionando.
As outras quatro, sobre um riacho e uma estrada de ferro, não levam a lugar
algum. No local, é possível ver vigas ainda sem o asfalto. O entulho da obra foi
jogado e nunca retirado da pista lateral à obra.
A
construção deveria ter custado cerca de R$ 9 milhões. Porém, o projeto foi
mudado e custou cinco vezes mais, passando para R$ 45 milhões. Desse montante,
já foram pagos R$ 40 milhões e o viaduto segue inacabado.
Uma
licitação no valor de R$ 5 milhões do Governo do Estado está em fase final para
concluir o viaduto. Mesmo finalizado, ele não poderá ser usado porque a pista
que liga o viaduto ao ramal de acesso à Arena também não foi concluída. “Isso
significa falta de planejamento e desperdício do dinheiro público”, pontua a
auditora do TCE e relatora do processo, Teresa Duere.
Os
auditores do TCE constataram que o projeto original também alterou o trajeto
das pistas do ramal externo da Arena e deixou, praticamente, sem função o
Terminal Cosme e Damião que custou R$ 17 milhões. A pista passaria ao lado do
terminal. Agora, ela ficou a quase um quilômetro de distância do local.
O
Terminal Cosme e Damião custou quase o dobro dos outros e foi construído a um
quilômetro e meio de distância do Terminal do Timbi, em Camaragibe. Ao todo,
741 família seriam desalojadas pelo trajeto inicia. Com a mudança, 211 tiveram
que deixar suas casas. Entretanto, o movimento no terminal é mínimo durante
todo o dia. Apenas duas linhas circulam no terminal.
“Estamos
falando de obras ou prontas e inúteis ou obras inacabadas. Então as pessoas que
estiveram sob sua gestão nesses períodos, elas serão responsabilizadas pelas
autorizações e pela gestão que foram feitas em relação a estas obras”, completa
Duere.
Para
a designer Karina Souza, a construção foi um erro. “Um investimento de dinheiro
público muito grande e não está sendo bem utilizado. Tem poucas linhas de
ônibus, poucas pessoas passam por aqui diariamente”, reclama.
Em
nota, a Secretaria das Cidades de Pernambuco disse que lançou o edital de
licitação para a contratação da empresa que vai finalizar os serviços do
viaduto. Sobre o terminal de passageiros que custou R$ 17 milhões, a pasta
afirmou que agora funciona normalmente com duas linhas, dez ônibus e mais de
100 viagens por dia.
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